Imagem Logo Discurso de posse na Chefia da Embrapa Floresta

Discurso de posse na Chefia da Embrapa Floresta

Excelentíssimos Senhores Presidente da Embrapa, Delegado do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Diretor - Presidente da Emater-PR, Diretor - Presidente do IAPAR, Excelentíssima Prefeita do Município de Colombo, demais autoridades presentes, colegas funcionários.

É com extrema satisfação que estamos recebendo esta missão de administrar tão importante instituição de ciência e tecnologia de nosso país, voltada para a viabilização de soluções para problemas do Setor Florestal Brasileiro.

A importância da Embrapa Florestas cresce pelo fato do Brasil ter 64 % de seu território, cerca de 544 milhões de hectares, cobertos com florestas destinadas a RL e APPs (em grande parte desflorestadas e com outra destinação de uso, necessitando de recuperação), Unidades de Conservação de uso direto ou indireto, florestas privadas destinadas a manejo sustentado, 2,6 milhões de hectares de florestas nativas inseridas nos reflorestamentos e, ainda, 6,4 milhões de hectares de florestas plantadas.

Apesar disso , o Brasil não tem tido o destaque que poderia ter no comércio internacional de produtos e serviços florestais, embora seja o maior produtor e  consumidor mundial de produtos florestais tropicais.

As estatísticas do setor florestal brasileiro evidenciam a geração de 1,6  milhões de empregos diretos e 5,6 milhões de empregos indiretos, a contribuição anual de mais de RS $ 25,9 bilhões (5% do PIB nacional), a exportação de mais de US$ 4,1 bilhões (17% das exportações do agronegócio e 8% do total de exportação) e a arrecadação anual, em 60.000 empresas, de 3 bilhões em impostos. Vale ressaltar que esses números dizem respeito quase exclusivamente ao que se gera com madeira, celulose, papel e móveis e poderiam ser mais impactantes se considerassem os benefícios das atividades não madeireiras e serviços ambientais.

Mesmo em relação às plantações florestais, há espaço para ampliação das receitas, através do crescimento da área plantada e melhoria da eficiência de muitos produtores florestais e empresas que, ainda, operam com rendimentos abaixo do potencial atual brasileiro gerando, inclusive, resíduos prejudiciais ao ambiente. É certo que há necessidade de se aumentar a eficiência e a eficácia da produção florestal madeireira e não madeireira e isto, certamente, englobará a melhoria da condução e da colheita das  plantações florestais e, principalmente, da exploração das florestas naturais, além da geração de tecnologias para produção de novos produtos que possibilitem um maior aproveitamento por árvore, o aproveitamento de resíduos e a reciclagem. Este procedimento passará, necessariamente, pelo estabelecimento de um sistema de informação florestal que democratize os conhecimentos disponíveis e pela ampliação dos investimentos dos setores público e privado na pesquisa florestal.

Apesar de sua importância e qualidade, a pesquisa florestal não tem tido a devida relevância. Em uma análise recente sobre o estado da arte das ciências agrárias no Brasil e no mundo há referência apenas à pesquisa com eucalipto, realizada pelo setor privado e instituições públicas e ao controle de pragas florestais.

Do ponto de vista de investimento público espera-se a médio prazo uma ampliação significativa. Todavia o cenário econômico previsto para os próximos dois anos evidencia a necessidade da ampliação de parcerias. Neste sentido os fundos setoriais serão fundamentais pois a interação entre privado e público será a forma ideal para resolver problemas específicos.  Com o apoio dos fundos, certamente, haverá uma maior associação entre ensino, pesquisa e transferência do conhecimento e tecnologia. Ocorrerá maior integração entre Universidades, institutos de pesquisa, órgãos de transferência de tecnologias públicos e privados em programas multi e interdisciplinares nacionais e internacionais. Será cada vez maior a interação entre os setores público e privado que hoje já absorve cerca de 50% dos profissionais graduados.

Do ponto de vista da proposta que apresentamos, estabelecemos quatro macroobjetivos. 1. Agricultura Familiar e Inclusão Social; 2. Agronegócio Competitivo; 3. Sustentabilidade Ambiental; 4. Geração de Tecnologias Estratégicas.

No que diz respeito a gestão dos recursos humanos, físicos e financeiros, esperamos poder configurar um novo cenário de trabalho, um espaço para a concretização das expectativas mútuas da empresa e de seus empregados saindo do foco meramente profissional e contemplando a qualidade de vida. Para tal nos propomos a exercer uma liderança forte, que chame para si o papel de fiador da mudança, que incorpore não apenas as cobranças ao poder público e o discurso a favor da mudança, como também promova condições necessárias a sua viabilização. Todavia, com o máximo de equilíbrio, pois "se um general tiver sua coragem acima do carater e da inteligência, de forma negligente, se comprometerá com coisas que estão além da sua capacidade. Se, pelo contrário, sua coragem e seu carater forem menores que  a sua inteligência ele poderá não ousar cumprir o que planejou".

Assim sendo, apenas perseguiremos alguns princípios que consideramos fundamentais em gestão empresarial: a) deixar claro as responsabilidades das pessoas; b) dar-lhes autoridade correspondente às suas responsabilidades: c) estabelecer padrões de excelência no resultado do trabalho; d) identificar e oferecer treinamento e desenvolvimento necessários para a satisfação dos padrões estabelecidos; e) fornecer informações e conhecimentos; f) oferecer feedback sobre o desempenho de cada pessoa; g) reconhecer as pessoas por suas realizações; h) confiar na equipe de trabalho; i) dar permissão para errar, analisando os erros como referência para os futuros acertos; j) tratar as pessoas com dignidade e respeito; k) administrar conflitos.

Finalizando gostaríamos de ressaltar algumas orientações importantes que tenho recebido de nosso Presidente e de sua obra, que são: 1. Ser o braço do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - MAPA; 2. Fortalecer o agronegócio florestal; 3. Não perder de vista que o fortalecimento do agronegócio florestal é peça importante para inclusão social; 4. Ter o espaço rural como referência e envolver-se pro-ativamente nas ações de desenvolvimento territorial; 5. Não perder de vista as dimensões definidas no PPA: Social; Econômica; Regional ; Ambiental; Democrática)

Muito Obrigado

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