Imagem Logo Proposta para estabelecimento de Redes Nacionais de Pesquisa Florestal

Proposta para estabelecimento de Redes Nacionais de Pesquisa Florestal

Este elenco de propostas fez parte do Plano de Trabalho quando estive investido da Chefia da Embrapa Florestas e teve a decisiva participação de inúmeros pesquisadores liderados pelos líderes Yeda Maria Malheiros de Oliveira ( Rede Brasileira de Parcelas Florestais Permanentes - SisPP),  Helton Damin da Silva (Rede de Silvicultura de Espécies Florestais de Rápido Crescimento - RESILV), Vanderley Porfírio da Silva (Rede de Referência em Pesquisa Silvipastoril para o Brasil Pecuário –     RESBRAP),  Antônio Medeiros e João Antonio Pereira Fowler (Rede de Referência em Pesquisa e Transferência de Tecnologia em Sementes Florestais Nativas - RESEMFLOR).

Elas foram apresentadas à Diretoria da Embrapa, ao Comitê Assessor Externo da Embrapa Florestas - CAE e à Comissão Nacional de Florestas - CONAFLOR/Programa Nacional de Florestas - PNF/Ministério do Meio Ambiente cujo representante da Embrapa Floresta era o pesquisador Vitor Afonso Hoeflich..

Rede Brasileira de Parcelas Florestais Permanentes - SisPP

O Inventário Florestal Contínuo (IFC) é uma ferramenta importantíssima para o monitoramento do crescimento e produção médios das florestas e é basicamente composto por parcelas permanentes (PPs), unidades amostrais, onde se efetua coleta periódica de dados quantitativos e qualitativos envolvendo alterações temporais na vegetação arbórea.  Tais dados, reunidos a outras informações advindas de ensaios silviculturais e estudos fenológico/ecológicos, possibilitam a construção de modelos que refletem a estrutura e a dinâmica das florestas.  Assim, uma base de dados sistematizados oriundos de parcelas permanentes constitui importante instrumento para o manejo e o desenvolvimento florestal sustentáveis e também para estratégias de conservação de áreas protegidas.

A idéia do desenvolvimento de um modelo metodológico para o Sistema Nacional de Parcelas Permanentes (SisPP) surgiu em 2004,  como proposta do Programa Nacional de Florestas (PNF) do Ministério do Meio Ambiente  - MMA, em edital no âmbito do projeto FAO/TCP/BRA/2902.  Tal iniciativa coincidiu com a ocasião em que a Embrapa e, particularmente a Embrapa Florestas estavam a discutir seu Planejamento Estratégico para o período 2004-2007, envolvendo a pesquisa florestal.  Desta forma, foi o momento oportuno para reafirmar a parceria bem sucedida em várias outras ocasiões e aceitar, conjuntamente, o desafio de delineamento de um modelo para o monitoramento qualitativo e quantitativo dos recursos florestais do País, naturais ou plantados, sob a forma de esforço multidisciplinar e multi-institucional.

A iniciativa envolve também um outro componente cooperativo, há muito buscado dentro do sistema Embrapa, qual seja a união de diversas de suas Unidades de Pesquisa (UDs) em torno de um objetivo comum, já que a pesquisa florestal envolvendo experimentos de longa duração faz parte da sua missão desde 1978.  Exemplos bem sucedidos na mesma linha de cooperação entre UDs da Embrapa e outras instituições públicas e privadas são as redes de Fitossanidade e de Recursos Genéticos.

Também no caso da pesquisa florestal, convergiu-se para o modelo em rede, desta vez buscando a interligação entre iniciativas já existentes e compostas por instituições diversas, governamentais ou não, como a Rede de Monitoramento da Dinâmica de Florestas da Amazônia Brasileira e a Rede de Manejo Florestal da Caatinga.  Também foi envolvida e estimulada a concretizar-se uma iniciativa naquele momento ainda em formação, a agora institucionalizada Rede de Parcelas Permanentes no Cerrado e Pantanal.  Adicionalmente, o modelo prevê a formação da Rede de Parcelas Permanentes na Mata Atlântica e Campos Sulinos, já em fase de pré-projeto e da Rede de PPs em Florestas Plantadas. 

 

É neste contexto que surge a oportunidade da criação da REDE BRASILEIRA DE PARCELAS PERMANENTES, que congrega todas as iniciativas mencionadas, transformando-as em nós-de-rede com fluxo de informações contínuo e monitorado através da criação de uma estrutura de gerenciamento composta de uma coordenadoria executiva e cinco coordenadorias regionais, além da coordenadoria de florestas plantadas. Uma estrutura envolvendo o gerenciamento de um banco de dados já sendo construído e o cadastro de metadados e geoprocessamento, além de mecanismos administrativos e de comunicação completam o modelo. 

 

 

Ressalte-se que este enorme desafio, já aceito pela comunidade florestal brasileira, só terá chance de permanência no tempo para o fornecimento de informações que possam subsidiar políticas públicas e o monitoramento da vegetação florestal brasileira, se o processo de identificação de novos parceiros for contínuo, se o sistema for agilmente conduzido e se a aceitação do modelo proposto como um projeto comum a todos os envolvidos for total e irrestrita.  Temos muita esperança que isto se concretize e trabalharemos para isto.

Rede de Referência em Pesquisa Silvipastoril para o Brasil Pecuário –     RESBRAP

A pecuária a pasto no Brasil ocupa uma imensa área e tem uma grande representatividade no PIB do agronegócio. Talvez por isso tem sofrido diversas pressões internacionais nos últimos anos. A ligação de nossa pecuária a uma imagem de degradação ambiental (estima-se que, aproximadamente, 50% estão degradadas ou em processo de degradação), poderá implicar negativamente para a sustentabilidade das cadeias produtivas da carne e do leite e do couro, todas de importância socioeconômica para o país.

Esta proposta, fundamentada no investimento em unidades de pesquisa e referência tecnológica, será capaz de promover capacitação técnica de profissionais de assistência técnica e extensão rural (ATER) para que adquiram “segurança técnica” para a difusão de sistemas silvipastoris afetando positivamente a pecuária a pasto brasileira. Também contribuirá para a complementaridade da conservação da biodiversidade através das paisagens pecuária e agrícola.

O aumento da complexidade promovido pela introdução de árvores numa área de pastagem convencional pode favorecer a biodiversidade pela maior diversidade de espécies que poderá suportar e, proporcionar conectividade entre fragmentos de ecossistemas naturais e/ou áreas protegidas.

Assim, os sistemas silvipastoris se constituem em ferramental para a otimização do diferencial já existente na bovinocultura brasileira: rebanhos conduzidos/manejados a pasto e para responder à necessidade sócio-econômica de consolidar  a pecuária brasileira, ambientalmente adequada, no cenário mundial. Eles, também, poderão produzir madeira e contribuir para os objetivos do Plano Nacional de Florestas/MMA agregando renda às áreas de pastagens existentes, beneficiando sobremaneira ao grande contingente da agricultura familiar que tem na atividade leiteira sua principal atividade.

Parceiros Internos à Embrapa: Embrapa Florestas; Embrapa Pecuária Sul; Embrapa Pecuária Sudeste; Embrapa Gado de Corte; Embrapa Gado de Leite.

Parceiros Externos Potenciais: Ministério do Meio Ambiente/Programa Nacional de Florestas; Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA; Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA; e Ministério do Desenvolvimento e da Indústria e Comércio.

Rede de Referência em Pesquisa e Transferência de Tecnologia em Sementes Florestais Nativas - RESEMFLOR

As Florestas brasileiras, devido a equivocados planos de desenvolvimento, a exceção da Floresta Amazônica foram reduzidas a poucos pontos percentuais de sua cobertura original. Governo e sociedade buscam, em função dessa catástrofe ambiental, formas de mitigar o problema.  Inúmeras tentativas de projetos para restauração ou recuperação de ecossistemas têm sido desenvolvidas e a maioria deles tem esbarrado pela falta de metodologias de restauração e de recuperação mas também pela dificuldade de obtenção de sementes de espécies nativas do local. Portanto, o setor de sementes de espécies florestais nativas no Brasil, tem um potencial de crescimento muito grande e será estimulado pela necessidade de cumprimento do código florestal pelos empresários e produtores familiares brasileiros.

Em função desses problemas, incentivado pelo Ministério do Meio Ambiente, criou-se o sistema Rede de Sementes. Com o passar dos anos nota-se a necessidade de apoio a essas redes com resultados de pesquisas avançadas e com a organização e transferência dos conhecimentos científicos. Assim, bem treinados os profissionais das Organizações Não Governamentais poderão com maior qualidade e facilidade desenvolver as suas tarefas de mobilizadores e de promotores do processo em nível de campo.

A Embrapa pela sua capilaridade traduzida por suas quarenta unidades de pesquisa distribuídas por todas as regiões brasileiras e por ter experiência na área de tecnologia de sementes entende que poderá vir a ser uma parceira do Programa Nacional de Florestas em um programa de apoio às diversas redes regionais de semente (Rede Pantanal, Rede de Sementes Florestais da Mata Atlântica, Rede de Sementes Sul, Rede de Sementes do Cerrado, Rede de Sementes da Amazônia Meridional) e pelo Ministério do Meio Ambiente.

Nesse sentido propõe-se a desenvolver o seguinte esforço de pesquisa e transferência de conhecimentos, tecnologias e processos:

¨       Sistematização do conhecimento sobre sementes de espécies florestais nativas do Brasil

¨       Geração de pesquisas científicas avançadas;

¨       Desenvolvimento do banco ativo de germoplasma-sementes; 

 

 

¨       Criação de um banco de dados compartilhado sobre sementes florestais  de espécies nativas;

¨       Treinamento e capacitação de recursos humanos.

O desenvolvimento das linhas de ação estabelecido será orientado para as espécies arbóreas consideradas chaves para a restauração ou recuperação de ecossistemas degradados. Dentre essas, serão priorizadas aquelas em processo de erosão genética, colocadas como vulneráveis na lista de espécies em risco de extinção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e aquelas ameaçadas de desaparecimento.

Parceiros Internos à Embrapa: Embrapa Florestas; Embrapa Amazônia Oriental; Embrapa Amazônia Ocidental; Embrapa Meio Norte; Embrapa Cerrados; Embrapa Tabuleiros Costeiros; Embrapa Semi-Árido; Embrapa Milho e Sorgo; Embrapa Pecuária Sudeste; Embrapa Agropecuária Oeste;

Parceiros Externos Potenciais: Ministério do Meio Ambiente/Programa Nacional de Florestas; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Banco do Brasil; CEPLAC; Universidades; Petrobrás; Rede Cerrados; Rede Sul; Rede de Sementes da Amazônia Meridional; Rede de Sementes Florestais da Mata Atlântica, dentre outras.

Rede de Silvicultura de Espécies Florestais de Rápido Crescimento - RESILV

A silvicultura com espécies arbóreas de rápido crescimento tem uma reconhecida importância na economia nacional. As áreas em que se pratica tal silvicultura excedem a cinco milhões de hectares, têm elevadas produtividades e são objeto de elevados investimentos quer em práticas culturais quer na melhoria das características genéticas das árvores.

Apesar da sua importância econômica esses plantios têm sido muito contestados pelo fato de serem feitos com espécies introduzidas, em especial as dos gêneros Eucalyptus e Pinus. Embora grande parte das contestações não tenha consistência, aquela que diz respeito ao não aproveitamento de espécies nativas do Brasil é uma das mais que nos incomoda. Além disso mesmo dentro dos dois gêneros mais importantes não se tem hoje uma avaliação que nos dê com elevado grau de precisão a possibilidade de se fazer um zoneamento adequado dessas espécies para os diferentes biomas brasileiros.

A contribuição nacional para o avanço do conhecimento científico no campo da silvicultura, da biologia e da ecologia das plantações de eucalipto tem elevado mérito e reconhecimento internacional. Porém a garantia da competitividade setorial depende do reforço de uma rede de investigação científica mais abrangente e que abrigue tanto espécies introduzidas como espécies nativas do Brasil.

Essa rede terá importância fundamental na incorporação, a médio e longo prazos de novas espécies florestais no setor de plantações florestais além de prover informações que possibilitem um zoneamento mais adequado das espécies de pinus e eucalipto hoje as mais cultivadas no país. Isto, sem dúvida, será uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do PNF.

Parceiros Internos: Embrapa Amazônia Oriental; Embrapa Amazônia Ocidental; Embrapa Cerrados; Embrapa Tabuleiros Costeiros; Embrapa Semi-Árido; Embrapa Gado de Corte; SNT – Escritório de Goiânia; Embrapa Pecuária Sudeste; Embrapa Milho e Sorgo.

Parceiros Externos Potenciais: MMA/Programa Nacional de Florestas; Ministério da Indústria e Comércio/Fundos Setoriais; Ministério da Ciência e Tecnologia/Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP e Ministério da Educação (Universidade Federal de Santa Maria; Universidade Federal de Viçosa; Universidade Federal do Paraná; Universidade Federal do Pará, dentre outras); Associações de Empresas Florestais; Sindicatos Madeireiros

 

COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO DO TRABALHO

Moacir José Sales Medrado (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Luciano Javier Montoya (Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento), Antonio Maciel Botelho Machado (Chefe Adjunto de Comunicação, Negócios e Apoio)

 

 

 

 

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