Imagem Logo A silvicultura de plantações tem conseguido avançar no que diz respeito à produtividade?

A silvicultura de plantações tem conseguido avançar no que diz respeito à produtividade?

                                                            Moacir José Sales Medrado1/

A pesquisa florestal brasileira teve origem no segundo quarto do século XX e do ponto de vista da capacitação profissional e da formação de cientistas era inexistente até final da década de 60 onde as disciplinas de silvicultura e tecnologia da madeira eram do currículo das escolas de agronomia e engenharia. A pesquisa florestal é de certa forma jovem. O melhoramento florestal, por exemplo, teve início em 1941 e avançou significativamente nas décadas de 1970 e 1980, quando tiveram início as primeiras florestas clonais. No início da década de 1970 houve a instalação dos primeiros testes de progênies e teve início a reintrodução de germoplasmas. Levantamentos feitos pela Embrapa na década de 80 mostraram que a maioria absoluta dos 2043 experimentos, do programa de pesquisa florestal, em andamento, eram da área de melhoramento genético. Na área de tecnologia de produtos florestais, com a crise do petróleo em 1970 cresceram as pesquisas sobre energia da biomassa florestal e produção de carvão vegetal que, tiveram uma redução na década de 80, quando aumentaram os esforços na área de celulose e papel.

Em grande parte, por causa do avanço de nossa silvicultura, o Brasil possui uma das maiores produtividades em plantações florestais de rápido crescimento, do mundo. Enquanto o crescimento de nossas plantações florestais atinge a 40-50 m3/ha/ano, na Finlândia é de 5m3/ha/ano, em Portugal é de 10 m3/ha/ano, nos Estados Unidos 15 m3/ha/ano e na África do Sul 18 m3/ha/ano. Essa diferença não é explicada apenas por nossas melhores condições de clima e solo, mas muito pela nossa silvicultura construída a partir de conhecimentos gerados por um modelo composto por Institutos Públicos de Pesquisa, Institutos Privados, Universidades e equipes de técnicos de algumas empresas florestais.

A continuidade desse avanço deverá ser garantida pela pesquisa nacional que, atualmente, engloba 54 instituições de pesquisa e Universidades e mais 16 empresa privadas. As seis escolas mais antigas (UFV, UFPR, UFRRJ, UFSM, USP e FCAP) juntas formaram em torno de 73% dos 5.637 engenheiros florestais formados até 2002. Também, os quatro cursos de pós-graduação mais antigos do país (UFPR, UFV, INPA e USP) já formaram 1374 mestres e 286 doutores, respectivamente, 83% e 100% do total.

Esse conjunto de instituições tem gerado uma produção científica significativa. Até 2002 esta produção foi de 2239 trabalhos distribuídos da seguinte forma: 14% em ambiência, 31% em manejo florestal, 43% em silvicultura e 12% em tecnologia de produtos florestais. Apenas quatro áreas respondem por 45% de toda a produção científica: 1. ecologia, fauna, botânica, conservação; 2. biometria, bioestatística, experimentação e inventário; 3. economia, política, legislação e; 4. nutrição, fisiologia, fertilização e solos

] 1/Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia, Especialista em Agrofloresta, Chefe Geral da Embrapa Florestas; CREA CE 1.742-D; medrado@cnpf.embrapa.br. Conteúdo criado no início de 2006
 
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