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A responsabilidade socioambiental das empresas florestais

As forças sociais voltadas para o desenvolvimento da agricultura familiar, adeptas do ecodesenvolvimento estiveram sempre exercendo uma crítica ácida às empresas florestais. Este comportamento sempre se deu pelo fato das Organizações Não Governamentais (ONGs)não aceitarem as grandes empresas florestais cujo discurso, de geração de renda e de emprego via atividade florestal, não era suficiente para demonstrar àquelas a sua real preocupação em integrar-se na realidade social local.

O setor de base florestal, em resposta às pressões recebidas de organização não governamentais e aos sinais de mercado indicando que serão ampliadas as exigências em relação à certificação socioambiental dos produtos posto no comércio, tem promovido uma verdadeira revolução no seu modo de produzir. Esta postura crítica das ONGs, de certa forma, contribuiu para que as empresas florestais passassem a desenvolver modelos de projetos de responsabilidade social mais consistentes.

A primeira decisão do setor foi a de ampliar as atividades de fomento florestal, até porque além de gerarem emprego e renda passavam a manter um relacionamento mais próximo às comunidades, a interagir mais com a população do entorno, melhorando sobremaneira a sua imagem. Muitas empresas, no entanto, foram além do fomento tradicional e desenharam programas de apoio à educação, saúde e geração de empregos mesmo fora da atividade florestal. Hoje dispomos de vários modelos adaptados pelas empresas a partir das realidades locais.

Outro fato importante nesse processo de avanço das empresas em relação aos projetos de responsabilidade social foi que passaram a entender que as pequenas propriedades agropecuárias precisam ser transformadas em propriedades agroflorestais e não em propriedades exclusivamente florestais. Para tal começaram a ofertar uma assistência técnica própria ou contratada, que considera, além da tecnologia para plantios florestais, a agrossilvicultura. Por outro lado, as comunidades e os produtores entenderam que deveriam buscar a produção com qualidade, assegurando às empresas o produto contratado.

No entanto para que o fomento florestal passe a funcionar, efetivamente, como uma prática social, empresas, governo e produtores deverão contribuir para que haja um aperfeiçoamento contínuo dos contratos, de forma a garantir o direito privado e os valores constitucionais de respeito ao meio ambiente, dignidade humana, solidariedade, função social e boa-fé, fazendo com que a atividade seja entendida como de cunho social e tratada como tal, tanto pelo governo, como pela sociedade em geral.Artigo publicado na Revista Opiniões.

Autor: Moacir José Sales Medrado

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