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A importância da cobertura morta vegetal

MCA – Medrado & Consultores Agroflorestais Associados Ltda.; moacir@mcagroflorestal.com.br


O uso da cobertura morta é importante para a erva-mate porque: 1. Aumenta os microrganismos benéficos no solo; 2. Protege o solo contra ventos e impactos de gotas de chuva prevenindo a erosão; 3. Diminui a variação da temperatura do solo; 4. Evita que respingos de chuva contaminem o baixeiro das plantas com fungos do solo; 5. Favorece a infiltração e melhora a retenção da água no solo; 6. Melhora a aeração do solo; 7. Melhora a estabilização da matéria orgânica do solo; 8. Reduz a infestação de plantas daninhas.

CUIDADOS COM A COBERTURA MORTA

Deve-se ter alguns cuidados no uso da cobertura morta pois circunstancialmente ela poderá trazer inconvenientes, como: 1. Morte de mudas pelo calor da fermentação de coberturas ainda “verdes”; 2. Perigo de fogo quando a cobertura além de muito espessa é posta em área total; 3. Aumento dos efeitos das geadas em mudas jovens plantadas na época de ocorrência de geadas; 4. Diminuição do oxigênio no solo quando o material cria crosta no solo ou quando é muito espesso e aplicado em área total; 5. Introdução de plantas daninhas na área, quando a cobertura provém de áreas infestadas.

COBERTURAS MORTAS TESTADAS PELA EMBRAPA

A Embrapa Florestas tem feito experimentos em vários locais e com vários materiais como cobertura morta tendo obtidos alguns resultados que socializa com os produtores nesse documento.

A fim de comparar a influência de tipos de cobertura provenientes de resíduos típicos  das regiões produtoras de erva-mate, testou-se os seguintes materiais como cobertura morta: 1. Serragem curtida; 2. Sobras de “palitos de erva-mate”; 3. Restos de roçada de gramíneas produzida como cultura intercalar, na presença e ausência de adubação; 4. Restos de roçada das ruas entre as linhas;

RESULTADOS OBTIDOS

Em São Mateus do Sul, PR

Notou-se que as erveiras, na ausência da adubação, responderam positivamente à cobertura com palitos. O uso da cobertura morta com palitos de erva-mate elevou a produção das erveiras de 3,05 para 4,78 kg de erva-mate verde por planta, enquanto a palhada oriunda do roço do capim elefante plantado nas entrelinhas para 3,90 kg e a serragem curtida para 3,68. Quando se usou adubação da erva-mate o aumento foi de 2,76 kg para 3,18, 3,14 e 2,88 respectivamente.

Em Fernandes Pinheiro, PR

A cobertura morta foi testada em três tipos de solo e em todos eles aumentou a produção de erva-mate. Os efeitos foram os seguintes:

Latossolo Vermelho Escuro álico epidistrófico A proeminente textura muito argilosa - produção subiu de 7,6 kg para 9,5 kg de erva-mate verde por planta;

Latossolo Vermelho Escuro álico A moderado textura média – produção aumentou  de  8,3 para 10,8 kg de erva-mate verde/planta;

Latossolo Vermelho Escuro álico A moderado textura muito argilosa – produção aumentou de 4,8 para  6,6 kg de erva-mate verde por planta.

Em Ivaí, PR

Testou-se vários níveis de adubação potássica sendo que em uma das testemunhas sem adubação potássica colocou-se cobertura morta com restos de roçagem de entrelinhas. O resultado foi assustador e até o momento depois de cerca de oito anos as melhores produções continuam sendo não dos melhores níveis de adubação potássica mas sim das parcelas com cobertura morta.

INDICAÇÕES DA EMBRAPA FLORESTAS

A Embrapa Florestas orienta aos produtores a usarem como cobertura morta os seguintes materiais: 1. sobras de palitos de erva-mate na proporção de 4 baldes com capacidade para 20 litros para cada erveira após cada colheita anual; 2.  palha de feijão após bateção; 3. restos de cultura de uma forma geral; 4. roço de entrelinhas desde que antes da ocorrência da produção de sementes das espécies componentes da entrelinha.

Para evitar problemas e obter-se o máximo benefício deve-se ter os seguintes cuidados ao utilizar-se cobertura morta em erval: 1. fazer a cobertura na coroa da planta sob a projeção da copa e não em área total; 2. ao plantar mudas nas épocas críticas de ocorrência de geadas, deve-se deixar para fazer a cobertura no final da primavera para o início do verão.

Figura 2. Área com acentuada queda de folhas. Fotografia de Moacir José Sales Medrado

Figura 3. Capim elefante-anão plantado nas entrelinhas para servir de doador de matéria orgânica para cobertura morta do erval. Fotografia de Moacir José Sales Medrado

 

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